segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Desengano


"Toda vez que olho o desengano
Nas frases do canto fosco dessa juventude
Vejo meu sorriso magro,
Meu corpo suado se encarquilhar
E quando franzo a testa,
E séria suo o rosto cor de madrugada
É quando me deprimo e curvo os ombros pra pensar
Penso nos martírios,
Todos os delírios loucos que vivenciamos
E vejo por quanto anos nos aventuramos querendo voar
Voar pra sair de perto,
De todo deserto desses abandonos,
E constatando o desengano se despedaçar.
Desfeito em pedaços,
Sigo no encalço desse sonho
Vejo meu sorriso magro,
Coração amargo se atrapalhar
Quando franzo a testa,
E séria suo o rosto cor de madrugada
Quando abro os olhos, olhos claros para o mar."

Tito Lívio e Lula Cortês falando por mim...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Infinito circular.

"Tenho todos os galhos da minha árvore
voltados para o Sol."

Apanhador de sonhos... Sempre achei interessante um objeto ter esse nome. 
Conta a lenda que no centro do objeto, a teia, feita de madeira, representa o ciclo da vida. Quando pendurado, consegue se mover livremente com o ar que passa à noite, apanhando os sonhos que estão soltos em um plano invisível. Os sonhos bons alcançam as penas e deslizam até alcançar quem está dormindo por perto.  Os ruins ficam presos na teia até o nascer do Sol, desaparecendo quando a luz aponta um novo dia.
Contei essa história porque, apesar de não ter um apanhador de sonhos perto de mim, tenho sonhado bastante ultimamente, a lenda que me perdoe. Talvez por eu carregar comigo apanhadores de sonhos que, por sua vez, não são objetos, mas estão sempre prontos para espantar meus pesadelos e para me reanimar quando começo a achar meus próprios sonhos enfadonhos. Sonhos, estes, de outra ordem. 
Poucos sabem, mas esses próximos dois dias serão de grande importância na minha vida. Nos últimos meses fechei janelas e portas que se abriram repentinamente, porque algo me dizia que elas não tinham uma vista muito boa do horizonte que eu queria ver. Me angustiei, me entristeci, desanimei. Mas sempre tinha alguém ali, de prontidão, disposto a me lembrar os sonhos que eu tinha. Devo a estas pessoas grande parte das minhas conquistas.
Hoje o dia está bonito. Acordei com o Sol me convidando para levantar e aqui estou, torcendo para que essa porta que está aberta possa ser como uma brisa calma que movimentará meus dias futuros. Tenho consciência de que, se cheguei até aqui, foi porque perto de mim existiram importantes pessoas, capazes de pegar no ar os meus sonhos e os meus desejos e me ajudar a escolher o que era melhor para mim. Independente do que aconteça nesses próximos dois dias, sei que vocês cinco estarão ao meu lado, e talvez essa seja a minha maior teia de felicidade, tê-los sempre por perto. Apanhar sonhos não deve ser uma tarefa fácil, mas vocês fazem isso com muita naturalidade.
Tenho sorte na vida.