quinta-feira, 24 de maio de 2012

E eu me peço calma.

Só queria dizer que, 
como qualquer ser humano, 
também me canso.
"Escrevo cartas pro mesmo endereço
Chamo o teu santo nome em vão no verso
Amo, reclamo, protesto
Não me calo, grito alto
Tropeço na tua frente
Deixo rastros em tua porta
Jogo pedras em tua vidraça
E você se faz de morto"

segunda-feira, 21 de maio de 2012

In my life.

"All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall"




Momentos que a gente vive que não tem como esquecer... aqueles que ficam como fotografias na memória. E passam dias, passam histórias, passam companhias, mas sempre tem aquela lembrança boa lá atrás.
Lembrança de uma música, lembrança do barulho do mar, lembrança de um cheiro. Cores, sons, sentidos. Aquele frio na barriga, aquela visão linda lá de cima, aquele nevoeiro. Aquela ligação, aquela procura, aquele banquinho na calçada. Aquela fila, aquela companhia. Aquele barulho ensurdecedor. Aquele sonho, tão real. O olhar do meu pai vendo aquele ídolo. A euforia da minha irmã ao ouvir algumas de suas músicas preferidas sendo cantadas ao vivo. Aquela energia boa que contagiava todo um estádio que cantava em uníssono aquelas velhas canções. 

Aquelas velhas canções que lembravam infâncias. 
Aquelas velhas canções que lembravam amores. 
Aquelas velhas canções que lembravam viagens e luais.

Algumas vezes me pego pensando a sorte que eu tenho em ter dias memoráveis como aquele.
Que bom que eu passei esses dias com pessoas tão queridas. 
Sem dúvida, o 22 de maio ficou marcado na minha história.

sábado, 5 de maio de 2012

Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí.


Try to see it my way”

Não sei qual é a dificuldade tão grande que as pessoas têm em entender que nem todo mundo busca a felicidade da mesma forma. Acreditam que existe um padrão ou modelo ideal de felicidade. Ou um caminho corretíssimo para alcançá-la. E que se você sair dele, risque, na sua vida, a chance de ser feliz. Não acredito que seja por aí. Acho que, num mundo onde as pessoas se preocupam tanto com tolices, aprendi cedo demais a relativizar o peso de algumas coisas.
Nunca fui de muitos. Nem de muitos sorrisos, daqueles efusivos e escancarados; nem de muitos amigos, daqueles que me ligam de meia em meia hora chamando pra sair; nem de muitos amores, desses fui apenas de poucos e sinceros. Hoje em dia, onde muitos mendigam goles de companhia, realmente, dá até pra achar que sou infeliz com essas características citadas, né? Mas acontece que não sou. Sou feliz demais. Hoje. Agora.
O que acontece é que estou mudando alguns comportamentos porque, de uns dois anos pra cá, tenho levantado questões a respeito de algumas coisas da minha vida. Não em relação aos meus valores ou princípios, esses tenho moldados e fazem o meu caráter ser como é. Mas algumas verdades e experiências. Alguns comportamentos. Alguns dogmas e preconceitos. Tenho me questionado muito a respeito das pessoas e, principalmente, das relações humanas. E tenho visto que nem tudo é como parece. Mas não é mesmo.
A partir de algumas dessas respostas que encontrei, comecei ver o mundo a partir de uma outra lente. Tenho dado ainda mais valor à simplicidade da vida. Consigo encontrar felicidade nisso facilmente. Tenho visto também a questão de trabalhar mais o presente. Temos tido inúmeras provas de que a felicidade de hoje pode não ser a mesma de amanhã. Tenho trabalhado ainda, e com ajuda dos meus amigos, os meus medos e os meus desafios interiores, isso por si só já tem sido um crescimento absurdo para mim. Fora isso, tenho tentado fazer o bem.
Não tenho vocação nem vontade de ser errada. Modinha adolescente de fazer coisa errada pra socializar também não foi feita pra mim. Sim, tenho tido novas experiências, buscado conhecer e me aproximar de pessoas diferentes, realidades diferentes, modos de vida e contextos diferentes do meu, acho que isso é crescer, não é ser uma pessoa irresponsável. Fora que isso, ultimamente, também tem me deixado muito, muito feliz.
Por mais difícil que seja entender que minha felicidade não está nas maquiagens, nem nas roupas, é mais ou menos por aí que funciona para mim. Gosto de pessoas simples e tenho buscado aprender com elas. Tanto no lado profissional, quanto no lado pessoal. E tenho sido muito feliz na companhia dessas pessoas.
Se é difícil entender isso, infelizmente não posso fazer muita coisa.
Como coloquei em outros textos, enquanto eu tiver esse sorriso na boca, esse brilho nos olhos e essa humildade no meu coração, pretendo seguir por esse caminho. Crescendo.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Tempo, tempo, mano velho.

O texto que segue trata de uma das muitas cartas que escrevi e não enviei, datada de janeiro de 2008 e encontrada agora, no fundo de uma gaveta de madeira.
Retirei algumas partes por motivos pessoais, mas resolvi colocá-la aqui porque hoje entendi o peso de algo que fica escrito. Ler essa carta me fez relembrar exatamente do momento que eu vivi. Foi como ter um pedaço do tempo congelado, em minhas mãos.



“                  ,
é estranho te escrever algo agora. Na verdade nem sei se vou te mandar isso. Acho que por insegurança mesmo, por ter medo que você não leia e jogue essa carta direto no lixo. Mas enfim, vou continuar escrevendo pra desabafar.
O que eu queria era te pedir desculpa. Sei que está meio cedo, mas queria, de coração. Acho que fui muito covarde ao acabar a nossa história daquela forma. Enquanto você tentava com todas as forças segurar as lágrimas nos olhos, me perguntando por que eu estava fazendo aquilo, eu inventava palavras carinhosas, segurando e beijando a sua mão, na tentativa de abrandar também a minha dor. Agindo dessa forma eu só piorei ainda mais as coisas, né? Hoje eu sei.
Mas o que você fez conosco semana passada também não foi justo. Viajar 120km e aparecer daquela forma na casa da praia, poxa! Me levar pro outro lado da cidade e pedir, olhando nos meus olhos, pra segurar uma última vez a minha mão, nossa, não foi justo comigo.
Eu já sinto muito a sua falta. De verdade. Já sinto falta das tardes de sábado. Sinto falta de jogar dominó na beira da praia. Já sinto falta até de ir pra aqueles shows barulhentos contigo. Você sabe que metal não é meu forte, mas mesmo assim me carregava pros shows contigo.
Falar em show, lembrei daquele último que fomos, que seu amigo quase ficou em coma alcoólico e você ficou umas duas horas com ele no colo. Só deixou ele de lado pra dançarmos Capim Cubano! Hahaha, esse foi um dia memorável.
Tivemos muitos dias memoráveis, né?
Tenho que te agradecer por isso.
Agradecer por ter tido tanta paciência comigo nesses últimos dois anos, principalmente por aturar com tanto bom humor os apelidos mais pitorescos que eu consegui inventar pra você. Agradecer por ter sido tão companheiro e me entender nas minhas ausências. Agradecer pela simplicidade com que você me olhava e agradecer pela sinceridade de sempre.
Éramos muito amigos, antes de qualquer coisa. E conversávamos muito (lembro que minha mãe pedia pra gente parar de falar, as vezes, porque ela não aguentava mais tanta tagarelice). Se tinha uma nuvem no céu, criávamos uma teoria de duas horas pra aquilo. E foi incrível como sempre conseguimos nos entender tão bem.
Mas, sabe, é estranho. Há um mês atrás você sempre tinha todo o tempo do mundo para mim. Mas hoje, hoje tenho vergonha até de te ligar.
Peguei um caminho diferente e nem sei se foi o certo.
Provavelmente não. Tenho dificuldade em aceitar as minhas escolhas.
Mas não tenho mais como voltar atrás. E vou precisar ser forte pra aprender a conviver contigo dentro de mim, mesmo tendo optado (e ainda não sei bem o motivo) por não te ter mais ao meu lado.
Espero que você fique bem.
Queria te pedir pra não ter vergonha de me ligar quando quiser, mas não é justo fazer isso...
Bom, nunca soube terminar carta, você bem sabe disso, então quero só pedir uma coisa: não me esquece, tá?
Enfim, se cuida.
Ah, tou te mandando no envelope a peça mais forte do dominó. Acho que, no fundo, você sempre foi o 6/6 em mim.
Beijos,
Mariana."