quinta-feira, 14 de novembro de 2013

domingo, 27 de outubro de 2013

Falling Down.



"Você diz que ama a chuva, mas abre seu guarda-chuva quando chove.

Você diz que ama o sol, mas procura um ponto de sombra quando o sol brilha.

Você diz que ama o vento, mas fecha as janelas quando o vento sopra.

É por isso que eu tenho medo...
Você também diz que me ama."

Shakespeare

sábado, 6 de julho de 2013

domingo, 12 de maio de 2013

Entre aspas.


"E não desembaraçaram ainda, nem os meus cabelos, nem meus pensamentos. E eu continuo de ressaca, mesmo sem ter ingerido uma gota de álcool sequer. 
Fui lá na praia, vi o mar revolto, testemunhei a altura que as ondas alcançaram. O mar e eu de ressaca, juntos. Parceiros de vida. E os surfistas se aproveitaram da fúria das águas, da mesma forma que os pensamentos tortuosos se aproveitaram da minha embriaguez, para deslizarem soltos, brincando de equilibristas. E por mais que eu balançasse a cabeça, eles não saiam, agarravam-se às partes vizinhas, orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos meus ombros. E aí ficou tudo tão embaraçoso que, assim como o mar faz com as suas ondas, eu também deixei rolar, e me deixei ser levada pelo mar. 
E se a ressaca me embolou nas águas e não me deixou boiar, ela também não me deixou afogar, e não foi água salgada que eu bebi, foi inquietude necessária para tratar de viver, e me deixar puxar pra dentro, de mim e do mar. 
Submersa, mesmo com toda a nossa volubilidade (minha e do mar), meus olhos de ressaca contemplaram o fluxo e o refluxo da maré cheia e eu me esvaziei de novo, para assim como a maré, me encher outra vez."
Machado de Assis

terça-feira, 9 de abril de 2013

Há tempos.


"... embaixo desta neve mora um coração."

Eu quero um amor fácil. Um amor daqueles com sabor de suco de laranja no café da manhã. Quero um amor que, quando eu tiver sentada, passe por mim e beije meus ombros tão brancos. Um amor que saiba onde eu estou às 10h da manhã, quando eu não dou notícia. Eu quero um amor que decifre exatamente o que eu estou pensando quando eu penetrar os meus tímidos olhos nos olhos dele. Um amor que me mande uma mensagem carinhosa nas quartas à noite, mas sem esperar que eu mande primeiro. Quero um amor que eu possa dividir a minha taça de vinho sem que ele precise perguntar se pode beber. Pegue minha taça e beba, ela também é sua.
Eu quero um amor que toque a minha alma, mas sem me machucar, se possível for. Um amor que traga de cortesia abraços quentinhos nas calçadas, de ventos tão gelados, que essa serra reserva durante as madrugadas. Eu quero o seu casaco sem precisar pedir... 
E quero o seu amor.
Há tempos não sei o que é amar...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sua arte.











Vou com sete pedras na mão para cima de você,
que me aparece com uma flor...
e acaba comigo.
Mariana Andrade

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Para Alice, com saudade.


Está tudo errado, Alice. O tempo não era para passar assim. Não tem como voltar para uma daquelas tardes onde sentávamos no pé de fruta pão e a nossa maior preocupação era saber se iríamos nos atrasar para a aula? Não tem como parar o tempo naquelas tardes onde ficávamos ouvindo Yann Tiersen deitadas na grama enquanto o mundo ao redor não nos fazia nenhum mal? Não tem? Hoje não é mais assim, Alice. Hoje nem sabemos onde estamos. Não sabemos o que estamos fazendo. Não sabemos em quem estamos confiando. Hoje as coisas perderam o pouco o sentido, pelo menos para mim.
Não entendo o que eles dizem, Alice. E eles parecem que nunca, nunca entendem o que eu sinto. Sabe quando você viaja para algum lugar e a comunicação não funciona? É mais ou menos assim que tenho me sentido ultimamente. Sem voz, sem som algum. Queria você aqui, Alice. Você me escutaria. Você seria uma das poucas pessoas que entenderia o meu silêncio, a minha dor e a minha dúvida. Hoje pensei muito em você. Ia ligar para o seu telefone que tenho gravado em minha mente desde a 7ª série. Queria que a sua calma me acalentasse. Queria sentir sua presença a cinco minutos de mim. Hoje você está do outro lado do mundo, Alice, e eu não sei em que parte do mapa o seu telefone tocaria, mas sei que, ainda assim, você saberia que era eu. Sabe como me sinto, Alice? Como se todos os dias fossem segunda de manhã. Sem chocolate e sem música. Teimo em ter esperança que isso vai passar, sabe? Mas cada dia que passa, nada passa, só a data.
Queria você aqui, me escutando. Queria pão de queijo e brigadeiro de madrugada. Queria um pouco de cor... mas estou em preto e branco, Alice. Está sendo difícil. Mas eu sei que você não me deixa. Mesmo em outro continente, você não me deixa só. Com você não é assim. Você está longe, mas está sempre por perto.
Eu tenho me atrapalhado com distâncias, Alice. Para não falar de sentimentos. Mas aos poucos estou caminhando, não sei se na estrada certa, mas estou caminhando.
Você volta logo, Alice? Sinto muito a sua falta. Você é uma das poucas que, tanto quanto eu, sabe como, apesar da distância, ter consideração por alguém. As coisas por aqui estão estranhas, minha querida Alice. Mas sei que você conseguiria entender o mundo onde me meti. E me explicaria tudo, como sempre fez.
Não demora, tá?
Com amor e muita saudade,
Mariana.