quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Por onde andei

Ela nunca sabia que tipo de sentimento o seu coração guardava nas noites frias.
Saiu para olhar a cidade em busca de algo que respondesse alguns dos seus questionamentos internos, mas isso não aconteceu.
Por que por mais que a gente procure nada consegue explicar um sentimento que paira em silêncio?
O vento frio que entrava pelo casaco fez com que ela puxasse a blusa vermelha que estava dobrada por baixo, a fim de cobrir toda a extensão do seu braço.
Sentou na praça. Gostava daquele banco e gostava do vento que vinha do sudeste.
Reparou que numa esquina um pouco distante brilhavam luzes neon. Admirada, apertou os olhos já cansados do dia para entender o que dizia o letreiro.
“Música ao vivo.”
Música ao vivo? Como nunca tinha visto aquilo? Passava por ali mais de uma vez por dia! Como nunca reparara no pequeno estabelecimento?
Será que a porta estava aberta? Ela estava longe e não conseguia enxergar muito bem.
Precisava de algum sinal porque a distância era grande.
Deveria esperar ali, quieta, para ver se alguém entrava?
Quem sabe seguir sua intuição e se aproximar...
Talvez pudesse até mesmo reparar em tudo o que existe ali, dentro dele, mas será que ele estava aberto?
                                                                                              Ainda estava falando do estabelecimento?


Mariana Andrade

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