"Minha vida pode continuar existindo mesmo sem mim?"
Tenho estado preocupada. Prazos, compromissos, saudades. Às vezes tento organizar a vida
com pontos, mas sempre coloco mais de um e acabo concluindo que meu caminho
tem, na verdade, reticências. Meu caminho é feito por semáforos deitados, mas ainda assim com a lâmpada amarela sempre piscando. Onde eu me perdi? Onde está a linha tênue entre a organização dos meus dias e a bagunça do meu humor? Queria viajar para longe,
esquecer o mundo por algumas horas, enquanto admiraria o horizonte que iria dividir as janelas do meu carro. Queria som alto e vento no rosto. Queria paz de espírito e cheiro de mar. Queria um pouco mais de vida. Onde se compra? Sinto saudade de viver... sinto saudade, sou brasileira por demais e fui feita para usar essa palavra: saudade. Mas não
posso dar adeus ao mundo, ao meu mundo, e ir embora viver. Não, não agora, só depois.
Quando?
Não sei.
Me identifico com o poeta, como é perversa a juventude do meu coração...
Quando?
Não sei.
Me identifico com o poeta, como é perversa a juventude do meu coração...
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