segunda-feira, 18 de junho de 2012

Look what you've done.



Acordou com aquele cheiro gostoso do café, que só a mãe dela sabia adoçar no ponto certo. Levantou com a preguiça diária que parece ser uma constante universal. Espiou a varanda e conferiu que a chuva ainda não havia parado. Escolheu a roupa, tomou um banho, vestiu a meia calça vinho, o vestido preto, colocou as botas preferidas. Fechou o casaco e tomou o delicioso café com alguns pães de queijo. Trancou a porta e se entregou a mais um dia.
Prometeu a si mesma que aquele dia iria ser regado a sorrisos, que não permitiria que ninguém a deixasse para baixo. Prometeu que iria olhar para os outros e sorrir para os outros com esse sorriso que vem da alma. Disse para si mesma, repetidas vezes, que hoje a tristeza não iria chegar perto, apesar da previsão de dia constantemente chuvoso. Hoje seria um bom dia, sim, porque hoje ela entendeu que não merecia guardar para si o sorriso tão sincero que diziam que ela possuía. Resolveu acreditar nos elogios que recebia, nas palavras gratuitas que diziam a ela quando ela não esperava. Ela entendeu o valor que tinha e isso impulsionava para frente. Não tinha vocação para ser triste. Talvez por um dia, mas não mais que dois.
Quando nasceu, sopraram no ouvido dela: "Seja uma pessoa simples e boa, minha filha, e não se permita ser triste." Tomou isso como filosofia de vida. Hoje, ao acordar, ela se prometeu, iria sorrir. 
Iria sorrir.

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